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Brasileira fura bolha na economia e dará aulas em Yale

Atualizado: 27 de jun. de 2022

Pernambucana Mayara Felix, 33, terminou em 2021 o doutorado em economia no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos, feito que a coloca entre as quatro brasileiras que obtiveram o título (PhD) em uma das universidades americanas mais bem avaliadas.


Em 2024, Felix fará parte de outro clube seleto ao assumir a cadeira de professora assistente de Economia e Relações Internacionais em Yale, universidade que figura entre as melhores em economia.


Para a economista Mayara Felix, as mulheres sofrem sobrecarga psicológica para provar que são tão capazes quanto os homens.


Criada em um bairro da periferia de Olinda, o Jardim Fragoso, ela conta que a avó paterna era analfabeta, mas fez com que os 12 filhos estudassem. A avó materna teve sete filhos, trabalhou como empregada doméstica e, mais tarde, com o marido, passou a vender charque em uma barraca. Apesar das restrições, Felix diz que os avós investiram muito para que os filhos fizessem faculdade.


”Gosto de desromantizar o meu caminho. O que falo para as pessoas é que não tenham vergonha de pedir bolsas de estudo, de conversar com as pessoas, de saber para onde ir. As conquistas levam tempo, mas não há mérito em inventar a roda, é necessário ser estratégico."


Em um meio dominado por homens brancos, Felix diz que ser mulher e estrangeira pesa na conquista de espaço. ”A profissão é praticamente de homens brancos, além de ser um ambiente muito classista", diz.


Felix conta que já precisou intervir em conversas ao ouvir comentários de colegas homens duvidando da capacidade de mulheres na área econômica.

”Ainda ouvimos piadas desse tipo. É uma situação cansativa, pois, apesar de ser focada, tento evitar que isso me afete, não posso fazer apenas a minha parte [como a maioria deles faz], pois nós [mulheres] precisamos provar o tempo todo que somos capazes"


No Brasil, Felix se declara branca, mas, nos EUA, é, segundo ela, vista como latina. Em seminários, por exemplo, por ser a única mulher ou a única latina na sala, sabe que o que ela ou outra colega fala pode ser interpretado como algo representativo de um grupo inteiro.


”Isso pode fazer com que você queira se esquivar, ter medo se errar ou perguntar algo e parecer que não entende do assunto. Muitas das mulheres com quem converso sofrem disso na academia, especialmente em certas disciplinas majoritariamente masculinas. A mesma coisa acontece com alunos negros ou hispânicos", diz.


Fonte: Folha de São Paulo, reportagem de Havolene Valinhos

Foto: Adriano Vizoni/Folhapress


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